Som na Caixa

Luxuria

Luxuria
(Sony-BMG)

luxuriaNão resta dúvida de que o Luxuria entrou 2006 como uma das grandes revelações do novo rock nacional. Com um disco pronto debaixo do braço e depois de performances espetaculares em grandes festivais Brasil afora, era questão de tempo a assinatura de um contrato com uma grande gravadora. Tanto que a essa altura “Ódio”, a música de trabalho, já deve ter impregnado os ouvidos de todo mundo. Mas, acreditem, ela é só mais uma em meio a uma coleção de músicas colantes e de fácil apelo pop criada pelo grupo. Há tempos não se via uma banda nova com tantas músicas cativantes num disco de estréia. Metade do CD é para se ouvir uma única vez e já sair por aí cantarolando os refrões chicletes cantados por Meg Stock e seu suave vozeirão. São assim “Imperecível” – talvez a melhor de todas, “Dura Feito Aço”, a dançante “Contrariada”, “Frankenstein do Subúrbio”…

Se as músicas são fáceis, difícil é identificar de onde vem o rock pesado e moderno do Luxuria. Se há ecos dos anos 80 – “Fechar os Olhos” é típica – de outro lado o peso contemporâneo equilibra; se o pós grunge aparece apontando para um lugar comum, há também um “quê” de sensualidade, não na performance agressiva e arrebatadora de Meg, mas nas letras bem sacadas, que tratam das relações de uma maneira bem peculiar de se abordar o assunto. E tem ainda músicas mais leves como a instigante e reflexiva “Suja e Só” e “Lama”, que, se não têm apelo radiofônico imediato, caem como uma luva ao fazer contraponto a um repertório essencialmente pontiagudo.

Mesmo apontando para todos os lados, o disco soa homogêneo pela boa produção e por uma certa coerência estética que o permeia, arrematando um repertório raro que lhe dá com facilidade o título de um dos melhores álbuns de estréia de uma banda nacional dos últimos tempos. O único senão ficou pra a capa do CD, que tentou passar uma imagem sensual da vocalista, mas caiu no lugar comum do mau gosto. Ninguém é perfeito mesmo, né?

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