Ladrão
Roubando Melodias Batidas & Grooves
A tecnologia evoluiu tanto que hoje uma pessoa só, rodeada de equipamentos, pode fazer um disco inteiro sozinho, para o bem ou para o mal. No caso do Ladrão, cujo nome é praticamente a síntese da música eletrônica contemporânea, nem uma coisa nem outra. Ou melhor, um pouco das duas coisas, sim.
O ruim está na intensa repetição que permeia todo o disco, parece que a tal batida que ele quer que nos leve é sempre a mesma, e fere qualquer ouvido com o mínimo de interesse em algo que não seja repetitivo. Ladrão precisa sacar que máquinas não têm alma, e nada conseguem sem a intervenção humana – ridículo dizer isso a essa altura da história da humanidade, mas antes tarde que nunca. E ele, quando intervém, não chega a ser exatamente brilhante nas letras, que, num baticum generalizado, poderiam ser a tábua de salvação. Mas não são.
A parte boa demora, mas aparece. A linha de baixo e o arranjo de “Preste Atenção Meu Irmão”, por exemplo é um bom achado, muito embora a letra não ajude tanto assim. Outra bacanuda, também por causa dos graves, é a faixa que dá nome à demo. A sorte é que, como diz a letra, o roubo dele não é crime. “T Lounge”, sem vocais, é outra legal e até coloca em cheque a necessidade de um.
Com quinze músicas e cerca de uma hora de duração, no final das contas fica a certeza de que, ao menos nesse apanhado, tem muito arranjo, base, inserção tecnológica e outros artifícios, para pouca música e uma certa escassez de criatividade.
Contato:
daniel_ladrão@msn.com
32 9117 1221
Tags desse texto: Ladrão