Som na Caixa

Exodus

Shovel Headed Kill Machine
(Rock Brigade/Nuclear Blast)

exodusshovelDesde que voltou à ativa, em 1996, o Exodus jamais conseguiu resgatar a violência sonora mesclada com técnica e velocidade que marcou sua curta trajetória e lhe deu o título de um dos fundadores do thrash metal do qual Metallica, Slayer e Megadeth viram vedetes. Primeiro foi a passagem do vocalista original, Paul Baloff, vítima de um derrame fulminante que quase leva a banda de volta ao ostracismo. Em 2004, o álbum “Tempo of The Dammed”, com Steve Zetro Souza nos vocais, até trouxe certa renovação, mas foi com uma reformulação geral na formação que o Exodus chega a um estágio surpreendente. Da formação original, só o guitarrista Gary Holt, agora acompanhado de Rob Dukes (vocal, ex-Heathen), Lee Altus (guitarra), Jack Gibson (na banda desde 96, baixo) e Paul Bostaph (o baterista suplente do Slayer).

Se a agressividade era marca registrada do Exodus, aqui a banda se supera logo nas três primeiras músicas, que inclui “Deathamphetamine”, um épico do mal de mais de oito minutos, e nada de introdução ou dedilhado, não, é pau puro do início ao fim. O peso cadenciado que também marcou o thrash da Bay Area aparece muito bem em “I Am Abomination”, na excelente “Altered Boy”, com um riff criativo bem marcado, e em “Shudder To Think”, mas é só; o que prevalece é mesmo a velocidade e o peso cavalar, escorados por evoluções de guitarra exuberantes, umas se sobrepondo às outras. É o caso de “Now Thy Death Day Come”, “44 Magnum Opus” e “Raze”. A soberba instrumental é tamanha que várias músicas ganham a dimensão nada cansativa de seis, sete, oito minutos. Emendadas as dez músicas, caímos tranqüilamente no conceito de ópera thrash perseguido por muitos no passado.

A coisa toda deu certo nessa nova fase porque Dukes se encaixou muito bem na banda, com vocais nem tão sujões, mas bem identificados com a história do Exodus; Altus se divide muito bem com Gary Holt; e Bostaph parece uma máquina de estourar tambores, usando e abusando do pedal duplo. Somando-se este disco ao “Inventor of Evil”, do Destruction, só resta uma conclusão: os bons tempos do thrash metal estão de volta!

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