Som na Caixa

Primal Fear

Seven Seals
(Rock Brigade/Nuclear Blast)

primalfearsevenO Primal Fear já lançou uma pá de discos, mas na maioria deles a única coisa que conseguiu foi ser muito bem comparado com bandas clássicas do heavy metal tradicional, sobretudo com o Judas Priest, de quem é quase cópia fiel – exceção para “Jaws Of Death”, de 99. Um tipo de coisa até elogiável por certos segmentos da crônica heavy metal, fato que explica a manutenção do grupo num mercado farto, porém seleto.

Dito isso, é preciso admitir que este “Seven Seals”, o sexto da carreira do grupo alemão, faz um enorme esforço para mudar esse tipo de coisa. Não que seja uma guinada radical na trajetória da banda, mas mostra claramente melhores composições que prometem tirar-lhe do lugar comum habitado pela maioria das bandas do chamado power metal. É o que acontece já na abertura, com a ótima “Demons And Angels”, onde o guitarrista Stefan Leibing usa os teclados a favor, e as guitarras ficam bem soltas em bons solos e evoluções. E são os dois guitarristas que se destacam em todo o álbum, criando harmonias variadas que se encaixam perfeitamente num conceito inovador de guitarra base/guitarra solo que poucas vezes deu tão certo dentro da música pesada – falha na maioria dos casos das bandas pós anos 90.

Outra marca indelével deste disco é a variedade de composições. A banda que outrora tinha a mania de fazer músicas umas parecidas com as outras, desta feita parece ter exercitado mais a criatividade na hora de compor, abrindo diversos flancos. Se a faixa título é uma baladaça, “Evil Spell” mantém o pique clássico do metal tradicional, a excelente “In Memory” é ideal para bater cabeça e “The Immortal Ones” tem peso e cadência com um riffão daqueles. “All For One”, pelo emaranhado de guitarras em quase oito minutos, é outra que merece destaque, e resta saber até quando a banda terá fôlego para manter esse pique – Oxalá por muito tempo. Por hora o que vale é aproveitar o momento lindo.

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