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Deep Purple

Live In California
(EMI)

deeppurplecaliforniajamSabe aquele DVD que há tempos aparece nas bancas de jornal e magazines populares encartado numa revista sob o título “Califórnia Jam”? Pois ele acaba de ser lançado oficialmente. Trata-se de um dos shows da turnê o álbum “Burn”, gravado durante o mega festival California Jam, realizado mo autódromo de Ontário, em abril de 1974. Além do Purple, participaram do festival Emerson, Lake & Palmer, Black Sabbath, Eagles e Earth, Wind & Fire, entre outros.

O show ganhou contornos específicos e históricos, primeiro porque o California Jam é até hoje um dos maiores festivais de todos tempos, tendo recebido, segundo os jornais da época, um público de cerca de 275 mil pessoas, num único dia, até hoje um recorde nos Estados Unidos. Depois, porque fez parte da turnê de 28 shows (com avião próprio) que marcou a estréia do Deep Purple em solo americano com a nova formação, que trazia Glenn Huges no baixo e o ex-balconista David Coverdale nos vocais, o que acarretou para a banda a admissão de elementos do funk em sua música. E, por último, pela apresentação da banda em si, que além das tradicionais jams que fazia durante músicas como “Space Truckin’” e “You Fool No One”, contou com um espetáculo particular de Ritchie Blackmore. O possesso guitarrista lançou seu instrumento contra uma câmera da BBC, destruiu outro e lançou um terceiro ao público, antes de atear fogo – literalmente – e fazer explodir um de seus amplificadores.

O vídeo serve também como um bom registro da cultura da época. As roupas usadas pelos integrantes da banda – calças bocas de sino e sapatos cavalo de aço; o set montado no palco, e o próprio palco, montado à céu aberto, sem teto, com um imenso arco-íris ao fundo; o tamanho das câmeras de TV, tudo isso perfaz um quadro de como era o rock dos anos 70. A entrada do Purple em cena foi marcada por um atrito com a produção, que decidiu que a banda, que chegara com mais de uma hora de antecedência em relação ao horário acordado, deveria subir no palco de imediato, com o dia ainda claro. Somada a isso a multidão ansiosa e por ser este um dos primeiros shows com a nova formação, estava completo o ambiente que talvez tenha resultado em um dos maiores shows do Deep Purple em todos os tempos.

Nota-se no vídeo que os músicos vão se entrosando no palco, através de sinais e olhares trocados entre eles, especialmente da parte de Jon Lord, membro fundador e que, àquela altura, comandava as ações. Aos poucos o público viu a voz mais grave de Coverdale receber o contraponto agudo de Huges (como fazia Gillan) e a coisa andou muito bem. Tanto que as três músicas do álbum “Burn” foram muito bem recebidas, embora muitos (já) clássicos tenham dado espaço às viagens instrumentais da banda, um “must” para a época.

Em relação ao vídeo de banca, e também ao CD gravado no mesmo show, há uma música a mais (“Lay Down, Stay Down”), num total de duas horas de show. A qualidade da imagem é também muito melhor (o alternativo é uma versão do vídeo lançado no Japão), mas não há legendas, o que acaba fazendo pouca diferença, por se tratar de um show gravado ao vivo. Há ainda um pequeno vídeo com a banda chegando no aeroporto, câmeras alternativas para “Burn” e “Might Just Take Your Life”, e ainda o show comentado por um tal de Jon Kirkman. Mas o que vale mesmo é show em si, histórico e imperdível.

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